Adriana Bocaíuva, presidente do CBH Baía de Guanabara. Crédito: Antônio Marcos
Em 17 anos de existência, o Comitê da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara acumula ações, programas e projetos com foco no uso sustentável dos recursos naturais, na recuperação ambiental e na conservação dos corpos hídricos. Além disso, tem buscado universalizar o acesso dos moradores ao abastecimento de água e esgotamento sanitário. Para 2023, o Comitê projeta concentrar esforços na gestão costeira, na incorporação de dados sobre mudanças climáticas e no aprimoramento da comunicação, tanto interna como externa, visando melhorar o relacionamento com a comunidade da Região Hidrográfica V, segundo Adriana Bocaiuva, diretora-presidente do CBH Baía de Guanabara.
Representante da Associação de Moradores do Alto Gávea (Amalga) e membro do Subcomitê Lagoa Rodrigo de Freitas, ela foi eleita em setembro desse ano a diretora-presidente do CBH Baía de Guanabara para o biênio 2022/2024. É advogada especializada em Direito Ambiental, mestre em Engenharia Urbana Ambiental pela Technische Universität Carolo-Wilhelmina zu Braunschweig e PUC-Rio e doutora em Políticas Públicas Ambientais do Instituto de Economia da UFRJ.
“O Comitê entende que os recursos precisam ser melhor comunicados à sociedade. O Projeto de Monitoramento da Qualidade da Água é um exemplo de que precisamos avançar mais no aspecto da comunicação. Devemos comunicar aos nossos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis) em que projetos estamos atuando, por exemplo. Quando aprovarmos o Plano de Bacia, no ano que vem, faremos uma comunicação bem eficiente sobre ele”, afirma Adriana.
Um grande projeto para 2023 é a coordenação do Fórum Fluminense de Comitês de Bacia, assumido pelo Comitê no fim desse ano. Já está aprovada a criação de uma Câmara Costeira no Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERHI) e o CBH Baía de Guanabara está conseguindo avançar na articulação da gestão hídrica e costeira, o que vai gerar inúmeros benefícios para a população.
Outra meta para o próximo ano é avançar na incorporação de dados relativos às mudanças climáticas de forma transversal em todos os instrumentos de gestão, de modo que todos os projetos do Comitê tenham como norte a justiça ambiental e a ampliação de investimentos em educação ambiental. Isso porque um dos pontos principais do trabalho do CBH Baía de Guanabara é justamente promover a conservação, recuperação e a sustentabilidade ambiental dos recursos naturais.
Um elemento muito positivo é a entrada de novas concessionárias de água e saneamento para atuar junto ao Comitê, o que trará novas ideias e possibilitará a criação de novos projetos para o próximo ano. “Nas nossas dinâmicas, dentro do escopo da comunicação interna, quando deliberamos sobre qualquer tema, queremos que todos tenham a liberdade de expor suas opiniões e sempre fazemos questão de respeitar e debater pontos de vista diferentes. Por isso, a entrada dessas novas concessionárias é muito bem vista por nós”, ressalta a diretora-presidente.
O ano de 2023 promete, e o CBH Baía de Guanabara vai continuar trabalhando duro para cumprir suas metas em favor do meio ambiente.