Projeto desenvolve aplicativo que monitora a poluição da água na Baía de Guanabara

12 de dezembro, 2023


Créditos: Rodrigo Valente

Material altamente poluente, o plástico leva de dezenas a milhares de anos para se decompor. De acordo com dados da ONU, mais de 400 milhões de toneladas são produzidas todos os anos no mundo inteiro. Metade dessa quantidade é projetada para ser usada apenas uma vez e 40% de todo o plástico produzido não tem manejo adequado e é descartado em rios e mares. No Brasil, de acordo com o estudo encomendado pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), com apoio técnico da USP, cerca de 3,4 milhões de toneladas de plástico podem chegar aos ambientes aquáticos (rios, estuários e oceano) todos os anos.

Tendo em vista o combate à poluição marinha na Baía de Guanabara, o Instituto Rumo Náutico/Projeto Grael, desenvolveu o aplicativo Água Viva, com patrocínio da Petrobras por meio do programa Mar de Oportunidades.

A proposta da ferramenta é permitir que a população monitore de forma perceptiva a Baía de Guanabara por meio de dados essenciais como condições climáticas, turbidez da água, presença de resíduos flutuantes, nível da maré e direção do vento.

As informações são coletadas diretamente nas praias da baía, conforme destacado por Gustavo Borges, consultor ambiental do Instituto Rumo Náutico/Projeto Grael. “O objetivo principal é incentivar a comunidade a utilizar o aplicativo e contribuir com avaliações e notas, tanto em relação à presença de resíduos quanto à qualidade da água, de modo que os moradores passem a ter uma perspectiva crítica em relação à região hidrográfica.”

Com os dados obtidos, será construído um banco de informações atualizado sobre as condições da água, a ser utilizado para fins educacionais e de pesquisa, servindo de suporte para educadores, dentro e fora da sala de aula, e demais usuários da Baía de Guanabara, como pescadores, banhistas, atletas náuticos e pessoas que lutam pela preservação do território.

Impactos para a Baía de Guanabara

Lançado há cerca de cinco meses, o app Água Viva está sendo apresentado à população com o apoio de parceiros, que têm apoiado na divulgação da ferramenta. As informações geradas também podem ser utilizadas para tomadas de decisão relacionadas à implantação de programas e produção de materiais que resultem em mudanças positivas.

Gustavo reforça a importância das políticas públicas para uma melhoria ambiental. “Entendemos que mudanças na qualidade ambiental dependem do estabelecimento de políticas públicas em nível municipal e estadual, e que o aplicativo pode contribuir para a formação cidadã crítica e participativa. Ou seja, ele não tem a pretensão de ser um agente de mudanças, mas uma contribuição ao protagonismo dos usuários da Baía de Guanabara.”

O aplicativo está disponível para os sistemas Android e iOs e, vale observar que, não recebe denúncias.