No início da manhã de segunda-feira (28) foi registrada a presença de grande quantidade de espuma na Estação de Tratamento de Água do Guandu. De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), a espuma é consequência do lançamento de uma substância, semelhante ao detergente, realizado de forma criminosa. O caso está sendo apurado pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, da Polícia Civil. Após 14 horas, a captação de água no sistema se normalizou, mas o abastecimento para toda a população irá se regularizar dentro de 72 horas.
O Comitê da Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá (CBH Baía de Guanabara) vem, por meio desta nota, apresentar sua preocupação com a paralisação ocorrida hoje no sistema, que abastece 80% da região metropolitana do Rio de Janeiro.
A paralisação mostra, de forma clara, que até os sistemas de filtragem mais avançados têm limitações e não conseguem exercer suas funções quando os níveis de poluição dos corpos hídricos são muito elevados. Mostra também que os avanços já obtidos na concessão dos serviços de saneamento, regidos por contratos e com prazos e metas estabelecidos, não impedirão que no curto prazo tais ocorrências possam acontecer.
A gestão dos nossos recursos hídricos, dentre outras atribuições, compreende a proteção das margens dos seus rios e lagoas, principalmente os utilizados para captação, protegendo as matas ciliares, reflorestando suas áreas originais de ocorrência, impedindo assoreamento dos cursos d’água e proibindo a ocupação irregular das suas margens por habitações que são, na sua esmagadora maioria, desprovidas de sistemas de saneamento, e tornam-se mais uma fonte de poluição.
O CBH Baía de Guanabara contribui para a construção de soluções, a partir do conhecimento do seu colegiado, composto por entidades da sociedade civil e de usuários com amplo conhecimento do território nos quais atuam, técnicos de excelência na área dos recursos hídricos e gestores de recursos hídricos, tanto do poder público quanto da iniciativa privada, para auxiliar com sua expertise na resolução e, mais importante, na prevenção de problemas que possam afetar nosso recurso mais valioso: os nossos corpos d’água.