A Câmara Técnica Costeira (CTCost), do Comitê da Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá (CBH Baía de Guanabara), realizou no último dia 25 um cine debate sobre o terceiro episódio da série documentário Espelhos da Baía. Após a exibição, os participantes do evento puderam debater e trocar experiências sobre a gestão e uso compartilhado da Baía de Guanabara.
Durante as trocas, foram apontadas as dificuldades, principalmente por parte dos pescadores artesanais, que vivenciam a diminuição de seus territórios ancestrais de pesca devido à descaracterização dos ecossistemas originais; à contaminação das águas por poluição industrial e ao vazamento de combustíveis; e à dragagem dos berços portuários.
Além disso, a partir dos relatos dos entrevistados da série, se fez entender a complexidade e a dificuldade em estabelecer mecanismo de governança para assegurar que os prejuízos causados à pesca artesanal sejam ressarcidos pelos atores responsáveis pela contaminação do meio e redução das áreas de pesca.
O coordenador da CTCost, Paulo Harkot, afirma a importância do debate para entender a situação daqueles que dependem da Baía de Guanabara. “O debate realizado foi proveitoso e esclarecedor a respeito da complexa situação vivida pelos diversos atores sociais que dependem da Baía da Guanabara para a manutenção de seus metabolismos fisiológicos, econômicos, sociais e culturais. Pudemos constatar os múltiplos atores presentes, e dependentes, das águas e ecossistemas presentes na região.”
Sobre a série Espelhos da Baía
A série documental Espelhos da Baía é uma iniciativa do Projeto de Educação Ambiental Redes da Baía de Guanabara (PEA Redes da Baía) e é uma das medidas de mitigação do Licenciamento Ambiental Federal conduzido pelo Ibama e vinculado às atividades de produção e escoamento de petróleo e gás no Campo de Lapa, um empreendimento da TotalEnergies EP Brasil Ltda.
A produção busca informar sobre a gestão e o uso compartilhado da Baía de Guanabara e lançar luz sobre a movimentação de embarcações de apoio à indústria petrolífera que transitam nela, bem como mostrar os efeitos dessa atividade nos demais usuários da Baía de Guanabara.
