O Comitê da Baía de Guanabara, por intermédio de seu Subcomitê Oeste, vem por meio desta manifestar preocupação com a tentativa de dar acelerado ritmo da aprovação da construção de autódromo internacional no Campo de Camboatá, em Deodoro, na Zona Oeste do município do Rio. Há seis anos em discussão, o projeto não teve sequer o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu correspondente Relatório de Impacto Ambiental (Rima) avaliados por técnicos da Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente do Rio (Seconserma) e o governo municipal já anuncia a abertura dos envelopes da licitação para esta quinta-feira (dia 31). A este Comitê resta claro que o empreendimento põe em risco a preservação do que sobrou de Mata Atlântica no local, área maior do que o Jardim Botânico do Rio. Inclusive, relatório do Instituto Jardim Botânico aponta para a necessidade de se preservar uma floresta de terra baixa, um dos raros fragmentos desse tipo que sobraram no município. O Comitê não se opõe ao desenvolvimento econômico do Estado do Rio, tampouco negligencia a importância de a Região Metropolitana criar mecanismos de atração turística para reverter um processo de decadência econômica que a todos aflige. Mas é preciso que a gestão pública zele pela preservação de instrumentos que combinem desenvolvimento e proteção ambiental. Pé no freio, neste momento, significa respeitar os ritos legais.
Além do que há sentença de mérito em Ação Civil Pública na Justiça Federal o que torna mais grave ainda o afogadilho da Prefeitura do Rio.