CBH BG comemora 20 anos em defesa dos recursos hídricos

17 de dezembro, 2025


No dia 9 de dezembro, o Comitê de Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara e Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá (CBH-BG) realizou sua última reunião Ordinária Plenária de encerramento de 2025. 

Durante o evento, no Iate Clube do Rio de Janeiro, aconteceu também a celebração dos 20 anos de existência do CBH-BG, com a presença de mais de 100 convidados, entre membros do colegiado, representantes da sociedade civil, do poder público, dos usuários, além de parceiros de preservação e gestão dos recursos hídricos.

Durante o encontro, os membros do CBH-BG contaram um pouco de suas histórias, e como avaliam a passagem desses 20 anos entre lembranças, conquistas e as expectativas para o futuro. “Penso que a nossa principal vitória seja a criação do Comitê, sua existência. É importante lembrar que ele nasceu de uma mobilização social, iniciada no ano de 2001. Foi tudo sonhado junto, e o maior desafio do Comitê é encontrar o consenso entre todos os envolvidos, sendo a melhoria da qualidade dos nossos rios e do espelho d’água da Baía o resultado almejado e a razão de nosso trabalho diário”, declara a Diretora-Presidente do CBH-BG, Rejany Ferreira dos Santos, à frente do Comitê para o biênio 2024-2026.

Já a  vice-presidente do Comitê, Adriana Bocaiuva, avalia as conquistas e a trajetória do CBH-BG: “Todos os planos de bacia dos comitês fluminenses apontam a questão do saneamento básico nos 17 municípios que contornam a baía de Guanabara como o maior impacto sobre os recursos hídricos. Nosso Comitê vem conseguindo avançar, não só na pauta oficial do estado em saneamento, como também no saneamento rural. Mais recentemente, implementamos uma série de investimentos em infraestrutura verde, uma conquista de capital social gigantesca.”, comemora Adriana.

Demais membros e diretoria do Comitê também deixaram seus depoimentos e homenagens às duas décadas do CBH-BG. Confira!

Gustavo Sardenberg, diretor de Comunicação do CBH-BG, descreve sua experiência como representante de uma associação de windsurf:  “Desde minha chegada ao Comitê, há cerca de cinco anos, acompanhei  avanços significativos impulsionados pela atuação integrada das concessionárias. Também observo progresso nos contratos voltados ao saneamento rural, ações de proteção ambiental e no monitoramento dos corpos hídricos. O melhor exemplo é a balneabilidade de algumas praias formadas pela Baía de Guanabara”. 


Valéria Marques de Souza, diretora-secretária do CBH-BG, declara: “Como bióloga e moradora do bairro de São Cristóvão me sinto muito feliz e acolhida neste Comitê. Tenho uma relação forte com a Baía de Guanabara e também com Duque de Caxias, onde trabalho. É muito gratificante ver que tem tanta coisa boa acontecendo, principalmente por trabalhar na educação pública estadual e na área ambiental.”, comemora Valéria.

Elielson Teixeira, diretor-técnico e diretor de Saneamento do município de Tanguá, faz uma breve análise:  “Oito municípios que estavam afastados voltaram a fazer parte do CBH-BG. Acredito que seja imprescindível que as prefeituras de todos os 17 municípios que compõem o território da Bacia Hidrográfica estejam presentes nas discussões, para alcançarmos com maior assertividade e celeridade nossos objetivos. A essência do nosso trabalho é o diálogo.”,  conclui Elielson.

Alexandre Carlos Braga, falou pelo Subcomitê do Sistema Lagunar Itaipu-Piratininga e relembrou: “É muita emoção chegar aos 20 anos do CBH-BG. Lembro claramente da primeira reunião em Niterói. O Comitê está aqui para construir pontes. As pessoas podem brigar, mas mantém a lealdade. Vale lembrar que quatro campeões de futebol remam nas águas da Baía de Guanabara. Agora, precisamos ser campeões em saneamento!”, concluiu Braga.

Halphy Rodrigues, coordenador do Subcomitê drenante para a Baía de Guanabara – Trecho Leste, comentou: “No início da década de 2000, eram dados os primeiros passos para a criação do atual Comitê. O legado deixado por personalidades como Dora Hees de Negreiros, Carlos Viveiros e tantos outros, permanece vivo, pulsante e inspirador em todos nós que os conhecemos. Cabe-nos, agora, a honra e a responsabilidade de manter acesa essa chama, dando continuidade a esse compromisso coletivo de cuidado, respeito e zelo permanente pela água, patrimônio essencial à vida e às futuras gerações.”, declarou.

Maria Aparecida de Souza Resende,  representando o Subcomitê drenante para a Baía de Guanabara – Trecho Oeste e diretora na Secretaria de Meio Ambiente de Magé, destaca: “Recentemente, graças ao programa Sanear BG, foram entregues 112 unidades de biodigestores residenciais em uma comunidade extremamente carente de Magé, muito prejudicada pela falta de tratamento de esgoto. Conseguimos também o plano de manejo da água em uma área imensa que ocupa mais de 14 mil hectares dentro do município, e que é extremamente estratégica para a conservação da biodiversidade e para o desenvolvimento da cidade”. 

Luís Constantino, representando o Subcomitê da Lagoa Rodrigo de Freitas e membro da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, faz parte do Comitê há 10 anos. “De lá pra cá, foi muito interessante ver como o CBH-BG conseguiu se estruturar no sentido da gestão, que ficou mais sólida depois de 2018. Não creio que seja coincidência que, justamente três mandatos seguidos de mulheres tenham derrubado entraves e conseguiram fazer o trabalho andar. Os desafios que temos são imensos, do tamanho da região metropolitana do Rio de Janeiro. É imprescindível o olhar maduro e experiente do Comitê para encontrarmos soluções.”, acredita Constantino.

Flávia Lanari Coelho, coordenadora do Subcomitê do Sistema Lagunar de Maricá-Guarapina, conta sua percepção: “Acredito que a característica de todos nós, que estamos há mais tempo no CBH-BG, seja a teimosia. Somos leais, apaixonados e teimosos. E assim não deixamos ‘a peteca cair’ até hoje, apesar das dificuldades. Mesmo com divergências, sempre tivemos o olhar no coletivo. Cada passo que damos, mesmo pequeno, é muito bom.”, reconhece Flávia.

Vera Chevalier, representando o Subcomitê do Sistema Lagunar de Jacarepaguá. “Sou uma pioneira na criação do Comitê e concordo que temos a teimosia, a resiliência e, sobretudo, a coragem de estar sempre em grupo na colegiada trabalhando por nossos ideais. Enquanto estiver vida estarei aqui com vocês lutando!”, declarou emocionada.