CBH Baía de Guanabara participa de audiência sobre a segurança hídrica no Sistema Imunana-Laranjal 

4 de julho, 2024


Foto: Sarah Belo/Prefácio Comunicação

O CBH Baía de Guanabara, representada pelo Diretor-Técnico, Halphy Rodrigues, participou, no último dia 28 de junho, de audiência pública realizada pela Comissão de Defesa do Meio Ambiente, da Alerj, sobre a segurança hídrica da bacia hidrográfica Guapi-Macacu, região onde está localizado o sistema de captação de água Imunana-Laranjal.   

Durante a audiência, pescadores e produtores rurais relataram os impactos da poluição por tolueno nas atividades, após a ocorrência de contaminação pela substância no dia 3 de abril, que ocasionou uma crise hídrica em cinco municípios da Região Hidrográfica V (RH-V) e cobraram respostas aos quanto ao controle e investigação da contaminação. Além disso, concessionárias de água, petrolíferas e instituições apresentaram ações que estão sendo realizadas de mitigação dos danos e de combate à poluição dos corpos hídricos da região. 

Uma das deliberações da Comissão durante a audiência foi a proposta de um projeto que lei que autoriza o Governo do Estado a criar um auxílio financeiro aos pescadores e produtores rurais impactados com a contaminação por tolueno. 

Dentre os participantes da audiência, estiveram presentes representantes da Associação Homens e Mulheres do Mar da Baía de Guanabara (Rede AHOMAR), Associação Liga das Entidades de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (LIPESCA), Associação de Caranguejeiros e Amigos dos Mangues de Magé (ACAMM), Associação das Mulheres da Pesca no Litoral do Rio de Janeiro (AMUPESCAR) e a Associação de Moradores e Pescadores do Bairro Porto Velho e Suas Praias (AMPOVEP). Também estiveram presentes representantes da Petrobrás, do ICMBio, do IBAMA, do Comando de Polícia Ambiental da PMERJ, do CREA RJ, da Cedae, do Instituto Estadual do Ambiental (INEA) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). 

Alexandre Anderson, presidente da Rede AHOMAR e membro do CBH Baía de Guanabara. Foto: Sarah Belo/Prefácio Comunicação

Membro do CBH Baía de Guanabara e presidente da Rede AHOMAR, Alexandre Anderson, relatou como os pescadores foram atingidos pela contaminação por tolueno. “Nós tivemos toneladas de peixes mortos e essa é uma produção que não será mais reposta. Foram milhares de peixes, caranguejos e camarões perdidos. Nós vendíamos o peixe em até R$ 15 o quilo e hoje não chega a R$ 4. Muita gente não quer consumir porque a gente está atuando numa área contaminada.” 

Além disso, o diretor-secretário do CBH Baía de Guanabara, Rogério Rocco, que durante a audiência representou a superintendência do IBAMA no Rio de Janeiro, fez um rico relato sobre o histórico dos processos de licenciamento, acidentes ocorridos na área e fez um alerta sobre os recursos financeiros comprometidos com a recuperação ambiental da região. “Trago aqui a reflexão em acionar todos os atores envolvidos, pois ainda há tempo de corrigir a destinação de investimentos da mitigação dos impactos do polo petrolífero.” 

O promotor de justiça do MPRJ, José Alexandre Maximino, congratulou a atuação da Força-Tarefa do Comitê para acompanhamento da crise do Tolueno e alertou para a necessidade de ações de controle de inundação da região e os problemas que podem ser acarretados. “Controlar a vazão dos mananciais afluentes do Canal de Imunana para não gerar inundação é importante, porque a inundação pode gerar perdas econômicas significativas na lavoura, problema de insegurança alimentar na região e pode contribuir para episódios de poluição difusa.” 

Confira a audiência na íntegra.