Fruto de uma parceria entre o CBH Baía de Guanabara e a Fundação Rio-Águas, foi assinado o contrato para a execução do projeto de renovação do sistema de comporta da Rua General Garzon, na Lagoa Rodrigo de Freitas, com o objetivo de controle de enchentes e alagamentos na bacia do Rio dos Macacos e contribuir para a manutenção da qualidade da água da Lagoa. Responsável pela gestão dos corpos hídricos da cidade do Rio de Janeiro, a Fundação Rio-Águas está à frente da operação das três comportas existentes no bairro da Lagoa. Atualmente, elas ficam fechadas durante o período de seca, para evitar que a poluição decorrente de falhas e/ou manutenção do sistema de esgotamento sanitário, ou de algum lançamento indevido, chegue até a lagoa. Já em períodos chuvosos, há um plano de contingência para seu manejo. No caso do novo projeto, além da renovação, será implementado um sistema automático de acionamento, como já ocorre nas demais comportas do sistema.
O presidente da Fundação Rio-Águas, Wanderson Santos, destaca que a recuperação da comporta contribui para a melhora na drenagem da região e a qualidade da água da lagoa. “A requalificação da comporta ajudará a melhorar o escoamento do Rio dos Macacos, tendo em vista que o equipamento antigo não abre em toda a largura do canal, causando um barramento na seção de escoamento. Com a modernização da comporta, a operação será mais eficiente, inclusive para o controle sanitário, impedindo que possíveis poluentes cheguem à lagoa. Isso fortalece o plano de contingência, caso haja qualquer falha no sistema de esgoto da região”, explica Santos.
A diretora-presidente do CBH Baía de Guanabara, Adriana Bocaiuva, reforça a importância da execução do projeto para a redução de danos dos efeitos climáticos. “O aporte financeiro para o projeto de renovação da comporta da General Garzon é estratégico para o controle de enchentes na região. E compõe um conjunto de iniciativas do Comitê relacionadas à adaptação às mudanças climáticas, somados aos investimentos em soluções baseadas na natureza, em Plano de Gerenciamento de Riscos para a Região Hidrográfica da Baia de Guanabara e planos de manejo para Unidades de Conservação da região.”
Recuperação da Lagoa Rodrigo de Freitas
A Lagoa Rodrigo de Freitas passa por ações de recuperação ambiental. Conforme a concessionária Águas do Rio – empresa responsável pelo abastecimento de água e pelo sistema de esgoto na região, em pouco menos de dois anos, cerca de 5,1 milhões de litros de esgoto deixaram de ser jogados na lagoa diariamente.
Uma das ações que influencia também a qualidade ambiental desse ecossistema é o processo de naturalização, mecanismo que tem o intuito de devolver condições próximas ao natural em locais que foram modificados pelos seres humanos. Este processo vem sendo realizado pela Prefeitura do Rio, por meio da Subprefeitura da Zona Sul e da Fundação Rio-Águas, contando com a coordenação técnica do biólogo Mario Moscatelli e de sua filha, a paisagista Carolina Moscatelli. Os resultados são a diminuição de trechos alagados; a presença de novas espécies da flora, como mangue e samambaia do brejo; e o aparecimento de fauna local, como capivaras e guaiamuns.
Além disso, foram implementadas em maio placas educativas e informativas sobre as espécies vegetais e animais que podem ser encontradas na lagoa. O objetivo é que os frequentadores identifiquem e respeitem as espécies que são vistas na região. O biólogo Mario Moscatelli também atua na recuperação do manguezal da Lagoa Rodrigo de Freitas com o projeto “Manguezal da Lagoa”.
Controle de enchentes no Rio de Janeiro
Foi sancionado, na cidade do Rio de Janeiro, um Projeto de Lei que irá aplicar o conceito de “cidade esponja”, como forma de controlar enchentes e alagamentos. A Prefeitura do Rio, por meio da Fundação Rio-Águas, já tem implantado jardins de chuva, canteiros drenantes e utilizado iniciativas de drenagem sustentável e de Soluções Baseadas na Natureza em obras e projetos, como no Parque Realengo e no projeto de Naturalização da Lagoa Rodrigo de Freitas, que devolveu uma área de 1.500 metros quadrados, na altura do Parque do Cantagalo, ao corpo hídrico, dando uma solução verde aos alagamentos do local.