A região da Lagoa da Tijuca será um dos alvos da campanha. Foto: Diego Miranda
Integração

Campanha busca conscientizar condôminos sobre importância da regularização da rede de esgoto

“Se Liga, Condomínio” irá orientar moradores e síndicos dos edifícios da Barra da Tijuca

De acordo com relatório de monitoramento quali-quantitativo da água, realizado pelo Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá (CBH Baía de Guanabara), a região do sistema lagunar de Jacarepaguá apresenta uma média de qualidade entre regular e ruim.

Como forma de recuperar o sistema, a concessionária responsável pelo serviço de água e tratamento de esgoto da região está investindo R$ 126 milhões na implementação de uma rede de galerias de cintura com pontos de captação em rios e lagoas. As lagoas da Barra, que sofrem com o despejo irregular de esgoto proveniente das edificações localizadas na região, estão entre as contempladas pelas obras.

Além disso, a Lei Federal 11.445/2007 estabelece que casas, condomínios e edificações são obrigados a se conectarem à rede coletora de esgoto da concessionária responsável pela região, sob risco de multa, caso descumpram a regra.

Tendo em vista a recuperação da qualidade das lagoas e visando à regularização da rede de esgoto dos imóveis, o CBH Baía de Guanabara, por meio do Subcomitê Jacarepaguá, em parceria com a Câmara Comunitária da Barra da Tijuca (CCBT), lançou, em 2023, a campanha “Se Liga, Condomínio”, que tem como objetivo conscientizar moradores e síndicos dos condomínios da Barra da Tijuca sobre a necessidade da ligação à rede de esgoto da concessionária responsável.

Durante a campanha, membros do Comitê e da Câmara Comunitária irão conversar com os moradores e responsáveis pela gestão condominial da região para informá-los sobre a necessidade da regularização, orientá-los acerca dos trâmites pertinentes e, principalmente, mostrar como a ligação à rede de esgoto pode contribuir com a preservação do ecossistema local e a proteção das lagoas da Barra.

De acordo com a diretora-presidente do CBH Baía de Guanabara, Adriana Bocaiuva, as ETEs particulares que ali operam não garantem o despejo correto dos efluentes, o que justifica a mobilização em favor da regularização. "Entendemos que é um risco muito grande a operação privada dessas ETEs, porque elas não eliminam a possibilidade de poluição de lagoas e rios da Barra e de Jacarepaguá. Pode haver uma falha no processo e o lodo ser lançado nos cursos hídricos. Também não há garantia de que a empresa que faz a coleta da fossa esteja prestando um serviço adequado de lançamento. Por isso, vamos mobilizar os moradores para que cumpram a legislação estadual, segundo a qual se uma rede coletora pública passa na frente do seu imóvel, é obrigatório ligá-lo ao sistema.”

Presidente do Bloco 2 do Comitê de Monitoramento da concessão dos serviços de água e esgoto e representante da CCBT, o engenheiro Eduardo Figueira ressalta a importância de se garantir que a rede pública não apenas colete, mas trate o esgoto de maneira correta. “O processo adequado de esgotamento sanitário público tem uma sequência: primeiro se coleta o esgoto de um prédio. A rede coletora, por sua vez, deve estar ligada a uma elevatória, que bombeia os efluentes para uma Estação de Tratamento de Esgoto. Só depois o resultado do tratamento pode ser dispensado nas lagoas ou no mar. Acontece que o sistema herdado pela concessionária é ruim e há pontos em que a rede coletora não está ligada a uma ETE (pública) e o esgoto acaba sendo lançado num valão. Assim, não adiantaria se ligar a essa rede. É nesses casos que vamos entrar com a campanha”, afirma.

Já para o coordenador do subcomitê Jacarepaguá e presidente da Associação de Pescadores da Barra da Tijuca e Jacarepaguá, Lagos e Rios Adjacentes (Apesbagua), Michel Dantas, a ação, a longo prazo, vai gerar uma redução na poluição das lagoas, o que será benéfico para a população e para os pescadores da região. “Campanhas como a ‘Se Liga, Condomínio’ têm muito a contribuir para a melhoria da qualidade das águas. Os impactos podem ser sentidos a longo prazo pelos moradores da região, que encontrarão uma lagoa mais limpa, e para os pescadores, que terão maior disponibilidade de peixes nas lagoas.”

A iniciativa foi destaque no caderno Barra do jornal O Globo. Confira a matéria na íntegra.




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