Diagnóstico
Diagnóstico de Monitoramento mapeia “saúde” de corpos hídricos no Subcomitê Lagoas de Itaipu e Piratininga
O Subcomitê Lagoas Itaipu e Piratininga, conhecido como CLIP, atua em um ambiente costeiro no município de Niterói. O Sistema Lagunar se inicia na Ponta do Elefante, no limite do município de Maricá até a vertente oceânica do Forte Imbuí. É constituído de duas lagunas - lagoas de água salobra - (Laguna de Piratininga e Laguna de Itaipu), interligadas pelo canal de Camboatá, cujos espelhos d’água somam 3,85 km², compreendendo as bacias hidrográficas da Região Oceânica de Niterói, com aproximadamente 35,4 km² de área.
O Diagnóstico do Monitoramento do Sistema Lagunar de Itaipu e Piratininga tem o objetivo de mostrar a situação quali-quantitativa da água na região Oceânica de Niterói, complementando um trabalho já realizado pelo governo do estado do Rio de Janeiro. Esse estudo se soma aos Relatórios de Territorialidade Hídrica dos Subcomitês da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara (CBH Baía de Guanabara), que têm como objetivo sistematizar e representar os territórios da Região Hidrográfica V (RH-V), de forma didática e aprofundada, promovendo o conhecimento sobre a região para toda a população nela inserida. A iniciativa conta com o envolvimento direto dos membros do CBH Baía de Guanabara e com a equipe de Especialistas em Recursos Hídricos da AGEVAP, sua Secretaria Executiva, alocados no Escritório de Projetos do Comitê.
Os Relatórios de Territorialidade correspondem a seis produtos, que abrangem todos os Subcomitês do CBH Baía de Guanabara, divididos por temáticas, de acordo com os Macroprogramas definidos para o PAP vigente. Os estudos que compõem os Relatórios foram estruturados a partir de reuniões iniciais com a Diretoria do Comitê e reuniões semanais com a equipe Agevap, obtenção de dados secundários por meio do contato com instituições e órgãos públicos, além de pesquisa bibliográfica e revisão de literatura.
Os relatórios servirão como uma ferramenta de ensino, de planejamento e auxílio na tomada de decisões na gestão de recursos hídricos da RH-V, tanto para o poder público quanto para o CBH Baía de Guanabara e seus subcomitês.
O Diagnóstico do Monitoramento do Sistema Lagunar de Itaipu e Piratininga é dividido em três capítulos. O Capítulo I é “Sistema de monitoramento de qualidade das águas interiores do Instituto Estadual do Ambiente – Inea”, que trata da frequência de monitoramento de qualidade das águas, dos parâmetros do Inea e do Índice de Qualidade das Águas. O Capítulo II é “Sistema de monitoramento de qualidade das águas interiores do Comitê Baía de Guanabara – CBH-BG”, que trata dos parâmetros do CBH Baía de Guanabara. E o Capítulo III é “Campanhas de monitoramento de qualidade da água realizadas pela empresa Hydroscience entre 2018 e 2019”, que abrange os parâmetros Hydroscience, as campanhas semestrais de monitoramento da qualidade da água dos rios contribuintes ao sistema lagunar, as campanhas de monitoramento de qualidade da água no espelho d’água das lagunas de Itaipu e Piratininga e outros parâmetros, além da conclusão.
Acesse o Diagnóstico de Monitoramento do Sistema Lagunar de Itaipu e Piratininga
Confira a seguir alguns dados extraídos do Diagnóstico de Monitoramento do Sistema Lagunar de Itaipu e Piratininga:
Na Região Hidrográfica V, o Inea conta com uma rede de monitoramento de qualidade das águas que contempla 102 estações de amostragem para águas interiores (lagoas, cursos d’águas e rios tributários), distribuídas por todo o território, e 21 estações de amostragem no espelho d’água da Baía de Guanabara. Na área de abrangência do Subcomitê Lagoas de Itaipu Piratininga (CLIP), o Inea conta com uma rede de monitoramento que contempla 8 estações de amostragem: uma estação em cada um dos principais contribuintes da Laguna de Piratininga (Rio Arrozal, Rio Jacaré, Rio Santo Antônio) em ponto próximo ao deságue na laguna, uma estação em cada um dos principais contribuintes da Laguna de Itaipu (Rio João Mendes, Rio da Vala) em ponto próximo ao deságue na laguna, duas estações no canal da Laguna de Itaipu, e outra no Canal da Laguna de Piratininga.
Segundo o órgão gestor, para as estações de amostragem da qualidade das águas interiores, a frequência de monitoramento é trimestral. Na prática, esta frequência varia ano a ano, dependendo de fatores como disponibilidade de recursos e equipe técnica. Para a realização das análises, o Inea possui laboratórios próprios, capazes de realizar ensaios microbiológicos, físico-químicos, ecotoxicológicos, biológicos, orgânicos e de metais em matrizes ambientais (água doce, água salgada, efluentes, solo, sedimento).
Dentre os parâmetros que são monitorados pelo Inea nos rios contribuintes às lagunas, há de se destacar os valores que estão acima dos valores permitidos de acordo com a Resolução Conama nº 357, de 2005.
Índice de Qualidade da Água
No caso do monitoramento da qualidade das águas, a fim de tornar as informações resultantes do sistema de monitoramento de qualidade de água objetivas e de mais fácil interpretação pelos atores interessados, em uma linguagem acessível ao público, o Inea faz uso dos Índices de Qualidade das Águas, ferramentas usadas para determinar as condições da água através de medidas unitárias reprodutíveis que justificam as mudanças dos parâmetros principais de qualidade das águas.
No caso das águas interiores, para avaliar as condições ambientais das águas dos rios e lagoas na bacia hidrográfica da Baía de Guanabara, o INEA aplica o Índice de Qualidade das Águas da National Sanitation Foundation (IQANSF), criado na década de 70 por especialistas e pesquisadores americanos.
Segundo o Inea, as faixas de "excelente", "boa" e "média" estão mais próximas dos níveis naturais ou desejáveis, enquanto nas faixas “ruim” e “péssima”, as condições se desviam dos níveis naturais ou desejáveis, caracterizando-se inclusive como águas impróprias para tratamento convencional visando abastecimento público, sendo necessários tratamentos mais avançados. Os dados de IQANSF são divulgados anualmente.
É importante observar que os parâmetros usados na determinação do IQANSF refletem a contaminação de corpos hídricos pela presença de matéria orgânica e que esse índice foi desenvolvido para avaliar a adequação da água para abastecimento público.
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