Rio Iguaçu, em Duque de Caxias. Foto: Dante Bragança/Prefácio Comunicação
Nossos rios

A sub-bacia dos rios Iguaçu/Sarapuí

Conheça as características e desafios da sub-bacia

A sub-bacia dos rios Iguaçu/Sarapuí, situada na Baixada Fluminense, é uma das regiões mais significativas em termos hídricos e ambientais do estado do Rio de Janeiro. Com uma área de drenagem de 716,72 km², a sub-bacia abrange completamente os municípios de Belford Roxo e Mesquita e parcialmente os municípios do Rio de Janeiro, Nilópolis, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Duque de Caxias (PCI, 2013). Seus rios principais, o Iguaçu e o Sarapuí, desempenham papel crucial para o equilíbrio ambiental e social da região, que historicamente enfrenta desafios relacionados a enchentes, poluição e ocupação desordenada.

Características da bacia

Com 43 km de extensão, o rio Iguaçu nasce na Serra do Tinguá, a uma altitude de 1000 metros. Seus principais afluentes incluem os rios Tinguá, Pati e Capivari, à esquerda, e os rios Botas e Sarapuí, à direita. O rio Sarapuí, por sua vez, nasce na Serra de Bangu, a 900 metros de altitude, e percorre 36 km até desaguar no Iguaçu. Este último passou a fazer parte da bacia do rio Iguaçu no início do século XX, após as primeiras obras de saneamento na Baixada Fluminense. O terreno da sub-bacia é composto por duas unidades principais: a Serra do Mar e a Baixada Fluminense, com clima quente e úmido, apresentando chuvas intensas durante o verão. A temperatura média anual é de 22°C, e a precipitação média é de 1.700 mm. A vegetação predominante está concentrada nas áreas remanescentes de Mata Atlântica, como a bem preservada Reserva Biológica de Tinguá.

Impactos ambientais e econômicos

A sub-bacia enfrenta um conjunto de desafios ambientais e sociais. Muitas das suas áreas são suscetíveis a enchentes frequentes, principalmente na Baixada Fluminense, onde as condições de infraestrutura são precárias. O Projeto Iguaçu, implementado com o objetivo de mitigar os impactos das enchentes, resultou na criação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Alto Iguaçu, com a remoção de ocupações irregulares e a recuperação de áreas degradadas. Na parte central da sub-bacia, predominam atividades pecuárias, enquanto a área próxima à Baía de Guanabara abriga a Refinaria Duque de Caxias (REDUC/Petrobras), uma das principais indústrias da região, localizada em uma área de manguezal. Esse ecossistema, embora vital para a preservação ambiental, sofre com a poluição industrial e o despejo de resíduos. O aterro de Jardim Gramacho, desativado em 2012, é um exemplo emblemático. Durante seu funcionamento, recebeu cerca de 5000 toneladas diárias de resíduos sólidos da região metropolitana do Rio de Janeiro, contribuindo para a contaminação da área.

Ações e perspectivas

O futuro da sub-bacia dos rios Iguaçu/Sarapuí depende de ações integradas que unam preservação ambiental e desenvolvimento sustentável. O desafio está em equilibrar as necessidades econômicas da região, que abriga indústrias potencialmente poluidoras, com a proteção dos recursos naturais. A sub-bacia, rica em biodiversidade e essencial para a população local, precisa de uma gestão eficaz para enfrentar os desafios impostos pelo crescimento urbano e pela poluição.

Fontes: PCI, 2013; IBG, 2002.
https://www.umces.edu/sites/default/files/Os%20Rios%20da%20Bai%CC%81a%20de%20Guanabara_The%20Rivers%20of%20Guanabara%20Bay.pdf




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