Região do rio Dona Eugênia, em Mesquita. Foto: Diego Miranda/Prefácio Comunicação
Integração

Prognóstico da região aponta risco de crise até 2045

Projeções apontam para aumento da demanda hídrica em um cenário de crescimento urbano e mudanças climáticas

O prognóstico para os recursos hídricos da sub-região Oeste, divulgado na atualização do Plano de Bacia da RH-V, traz alertas preocupantes sobre a segurança hídrica em um horizonte de 25 anos. Projeções indicam que, se medidas corretivas não forem adotadas, a região pode enfrentar uma crise severa, com escassez de água e qualidade ambiental comprometida em vários municípios.

De acordo com o documento, o aumento populacional e o crescimento urbano desordenado são fatores-chave que podem agravar a situação. Com a demanda hídrica em ascensão, os sistemas de abastecimento de água enfrentam dificuldades crescentes para atender à população. O documento prevê que, sem investimentos em infraestrutura, como o aprimoramento dos sistemas de tratamento de esgoto e a recuperação de nascentes, a qualidade da água disponível vai se deteriorar ainda mais.

Os cenários climáticos também são motivos de preocupação. O prognóstico estima que, no pior cenário, a temperatura média na região pode aumentar em até 1,8°C até 2045, o que deve intensificar os períodos de seca e reduzir a disponibilidade de água superficial e subterrânea. Esses fatores climáticos, combinados com a falta de proteção das Áreas de Preservação Permanente (APPs), representam uma ameaça séria à sustentabilidade dos recursos hídricos e aos ecossistemas.

Já em um cenário otimista, há uma projeção de implementação de medidas estratégicas para mitigar os riscos. Entre as ações propostas estão a restauração de APPs degradadas, a ampliação dos sistemas de tratamento de esgoto e a adoção de práticas de uso racional da água. Caso essas iniciativas sejam aplicadas de forma eficaz, a segurança hídrica da sub-região Oeste poderá ser garantida, mesmo diante dos desafios futuros.

Essas características tornam a gestão de recursos hídricos e o manejo da qualidade das águas complexo, mas de grande importância para a região. Foi recomendada a melhoria dos instrumentos de gestão, como a implementação do enquadramento dos rios em classes, o aperfeiçoamento da outorga do uso de recursos hídricos, entre outras ações.

O prognóstico conclui que os próximos anos serão decisivos para definir o futuro dos recursos hídricos da região. A articulação entre governo, sociedade civil e setor privado será fundamental para enfrentar a crise hídrica e assegurar a sustentabilidade das fontes de água para as gerações futuras.

O prognóstico pode ser visto no Caderno de Ação do Subcomitê Oeste.




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