Integração
Poluição e degradação ambiental: o diagnóstico da sub-região Oeste
Atualização do Plano de Bacia revela o quanto o crescimento urbano desordenado e o descarte irregular de esgoto têm impactado os corpos hídricos da região
A sub-região Oeste, parte da Região Hidrográfica V (RH-V) abriga uma população essencialmente urbana, com densidade demográfica das mais expressivas da RH-V. Além disso, o número de aglomerados é elevado. De acordo com diagnóstico apresentado no Plano de Bacia da RH-V, a sub-região revela um cenário alarmante de degradação ambiental e crise nos recursos hídricos.
Conforme apontado na atualização do documento, a região sofre com o avanço da poluição, impulsionada pelo crescimento urbano desordenado e pela falta de infraestrutura básica de saneamento. As águas dos rios e corpos d’água subterrâneos apresentam sinais preocupantes de contaminação, afetando diretamente a qualidade de vida da população local e a biodiversidade.
O abastecimento de água nas cidades que formam a sub-região varia de 72,86%, em Magé, a 97,65%, em Nilópolis – muitos municípios registram índice acima de 90% – e depende essencialmente do Sistema Integrado Guandu/Lajes/Acari, por meio da transposição da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Na região não existem mananciais superficiais de abastecimento expressivos, uma vez que a qualidade da água dos rios está bastante deteriorada devido à contaminação.
Os índices de atendimento de esgoto da população variam de 38% a 93%, enquanto a maioria dos municípios se encontram na faixa de 40% a 60%. Muitas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) estão operando acima da capacidade e possuem sistemas simples de tratamento, que não removem matéria orgânica e nutrientes com alta eficiência do efluente tratado.
Um dos principais problemas identificados é o despejo de esgoto sem tratamento adequado, que tem sobrecarregado os recursos hídricos da região. O aumento da concentração de substâncias tóxicas e a redução do oxigênio dissolvido nos cursos d'água estão comprometendo ecossistemas inteiros, resultando em prejuízos para a fauna aquática. Além disso, a retirada irregular de vegetação em Áreas de Preservação Permanente (APPs) tem intensificado a erosão e a sedimentação nos rios, reduzindo a capacidade de absorção e recarga dos aquíferos.
Outro ponto levantado pelo diagnóstico é a vulnerabilidade da região a desastres naturais, como enchentes e inundações. A ocupação desordenada de áreas de risco agrava a situação, expondo milhares de pessoas a eventos extremos, que têm gerado grandes prejuízos socioambientais.
A recuperação de áreas degradadas e a melhoria na gestão dos sistemas de abastecimento e esgotamento sanitário são passos fundamentais para reverter esse quadro e garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos.
Confira o diagnóstico no Caderno de Ação do Subcomitê Oeste.
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