Canal do Cunha. Luiza Bragança/Prefácio Comunicação
Integração

Tecnologias sociais em comunidades vulnerabilizadas na Bacia Hidrográfica do Canal do Cunha

As ações estão sendo realizadas por pesquisadoras da Fiocruz e visam melhorar as condições de saneamento da região

A Fiocruz a partir do Observatório da Bacia Hidrográfica do Canal do Cunha, em colaboração com organizações locais, está desenvolvendo um projeto importante na bacia hidrográfica do Canal do Cunha, no Rio de Janeiro, especificamente no Complexo do Lins. Sob a liderança das pesquisadoras Adriana Sotero Martins e Rejany Ferreira dos Santos, a iniciativa visa melhorar as condições de saneamento e saúde em comunidades vulnerabilizadas, por meio da implementação de tecnologia social acessíveis e sustentáveis.

O trabalho, apresentado no XI ECOB, tem o título de Condições do Saneamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Canal do Cunha no Complexo do Lins na cidade do Rio de Janeiro.

Dentre as tecnologias implementadas estão um sistema de evapotranspiração, que utiliza plantas, como bananeiras, para tratar esgoto sanitário e possibilita ainda a produção de frutas e hortaliças, que podem ser consumidas pela população local; e um biofiltro projetado para tratar a água de nascente, garantindo maior qualidade para o consumo. A última tecnologia citada é de baixo custo e essencial para comunidades que utilizam água de nascente. Antes da implementação, é feito um trabalho de sensibilização e capacitação sobre o funcionamento das tecnologias, como explica Rejany. "Estamos em um território que denominamos como socioambientalmente vulnerabilizado, que são as favelas e periferias, então você tem um adensamento populacional muito grande. Para a implementação dessas tecnologias nós dialogamos com a população, através das oficinas e entregamos cartilhas para que elas possam entender e se apropriar de todo o processo.”

Engajamento comunitário

O projeto destaca a importância do envolvimento da comunidade local. Oficinas são realizadas para que os moradores compreendam e se apropriem das tecnologias, garantindo sua manutenção após a conclusão do projeto. Além disso, 98% da equipe de pesquisa é formada por residentes das próprias comunidades, facilitando o diálogo e a aceitação das soluções propostas.

Impacto e resultados

Desde o início do projeto, a Fiocruz tem mapeado as principais necessidades dessas comunidades, abordando problemas como a falta de água potável, esgoto inadequado e riscos de desastres naturais. As tecnologias sociais têm sido bem recebidas, e a população se mostra engajada em manter e utilizar os sistemas implementados, como afirma Adriana Sotero. ”Já tivemos retorno no Complexo do Lins, em que os moradores trouxeram suas necessidades sobre a saúde e saneamento. Hoje sabemos onde falta água, onde falta tratamento de esgoto, onde tem problema com lixo e escoamento pluvial. Logo sabemos onde podemos implementar as tecnologias.” Este trabalho reflete o compromisso na promoção de soluções sustentáveis e colaborativas, que empoderam as comunidades para lidar com os desafios de saneamento e saúde de forma autônoma e duradoura.




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