Região onde funcionava o Aterro Sanitário de Jardim Gramacho. Foto: José Miguel da Silva
Integração

Barreira sanitária busca conter descarte irregular de lixo no Jardim Gramacho

Área funcionou como aterro por mais de três décadas e foi desativada em 2012

Popularmente conhecido como o maior lixão da América Latina, o antigo vazadouro de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, está localizado a apenas 30 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro. Considerado o maior manguezal da Baía de Guanabara, o local funcionou como aterro por mais de três décadas, até ser desativado em 2012. De lá para cá, contudo, continua sofrendo os impactos do descarte irregular de lixo.

Devido à proximidade com importantes vias de acesso que interligam diversos municípios da região metropolitana do RJ, o entorno do antigo aterro controlado de Jardim Gramacho continuou recebendo despejos clandestinos e ilegais de resíduos, de geradores que buscam se esquivar das tarifas cobradas pelos vazadouros licenciados, para o descarte ambientalmente adequado dos resíduos. Além dos diversos e inestimáveis prejuízos sociais e ambientais causados pelo despejo irregular dos resíduos, urubus e aves atraídos pelos materiais despejados ainda representam uma ameaça ao tráfego aéreo do aeroporto internacional do Rio de Janeiro, localizado do outro lado do espelho d’água da Baía de Guanabara.

Ecossistema

Os manguezais funcionam como local de reprodução de peixes, crustáceos e outros animais. Isso significa que as áreas de manguezal têm impacto direto no equilíbrio de rios e mares e, consequentemente, das atividades de pesca e alimentação de milhões de pessoas.

Após um longo trabalho de revitalização da região, o manguezal, antes coberto de chorume, começou a apresentar sinais de recuperação. Algumas espécies de aves e crustáceos voltaram a ser vistos no local, mostrando que a regeneração do ecossistema é possível. “Estive na região recentemente e vi uma grande quantidade de caranguejos. Isso me deixou esperançoso e animado”, conta José Miguel da Silva, coordenador do Grupo de Trabalho sobre Chorume (GT Chorume) do CBH Baía de Guanabara. Mesmo com a recuperação, José Miguel segue alertando que a quantidade de chorume oriunda da região que chega à Baía de Guanabara é preocupante e está sendo objeto de atuação do GT Chorume.

Barreira sanitária

Em setembro deste ano, foi lançada a Operação Barreira Sanitária da Baía de Guanabara, uma iniciativa do Governo do Estado, levada adiante por meio do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Secretaria de Estado de Polícia Militar, e da Prefeitura de Duque de Caxias, por meio das Secretarias de Segurança Pública e Meio Ambiente e Proteção Animal. A ação visa impedir o despejo de resíduos nos lixões clandestinos existentes no bairro de Gramacho e, posteriormente, eliminar esses pontos de descarte. Para isso, conta com seis viaturas policiais, um caminhão e mais de 20 militares que monitoram as entradas do bairro dia e noite.




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