Restinga em Maricá. Foto: Dante Bragança/Prefácio Comunicação
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Vegetação de restinga: importância e conservação em Maricá

Conheça mais sobre a importância da vegetação na mitigação dos efeitos climáticos e na preservação ambiental

A vegetação de restinga é uma formação característica das regiões costeiras, desenvolvida em solos arenosos, na interface entre o ambiente marinho e o continental.

Naturalmente frágeis, as áreas de restinga são constantemente afetadas por processos de deposição e erosão, além de fatores como ventos fortes e salinidade. No Brasil, as restingas fazem parte do bioma Mata Atlântica, desempenhando papel vital na proteção dos ecossistemas litorâneos.

A restinga varia conforme a proximidade com o mar. Nas áreas mais próximas, as plantas enfrentam alta salinidade, ventos intensos e temperaturas elevadas. À medida que se distanciam da costa, o ambiente se torna mais favorável ao desenvolvimento de diferentes espécies vegetais, com maior adensamento de plantas e aumento da matéria orgânica no solo. A topografia também influencia a formação das restingas, que se alternam entre cordões arenosos mais elevados e áreas baixas, chamadas entre-cordões, que frequentemente se alagam.

As restingas podem apresentar formações herbáceas, arbustivas e até florestais. Nas áreas mais secas, dominam plantas rasteiras e arbustos de até cinco metros de altura, enquanto em zonas mais distantes do mar surgem florestas baixas e altas, com árvores que chegam a 20 metros. Em áreas sujeitas a alagamentos, encontramos espécies adaptadas a essas condições, como a Caixeta e o Guanandi.

As restingas abrigam uma fauna diversa, com destaque para aves migratórias, como o papagaio-de-cara-roxa e a coruja-buraqueira. Também são habitats para mamíferos como o mico-leão-caiçara e a lontra, além de espécies de répteis, anfíbios e invertebrados, como caranguejos e tartarugas, que utilizam essas áreas como refúgios.

A cidade de Maricá possui uma vasta área de restinga, que inclui a Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá, instituída em 1984. Essa região é uma das mais importantes por sua biodiversidade, entretanto, enfrenta pressões devido à urbanização e ocupação do solo. A beleza cênica e a proximidade com o mar tornaram a área alvo de especulação imobiliária e empreendimentos que ameaçam sua integridade.

A vegetação de restinga em Maricá tem uma função crucial na manutenção dos ecossistemas litorâneos, protegendo o solo contra a erosão, filtrando poluentes e abrigando espécies endêmicas. No entanto, a expansão urbana e a falta de fiscalização adequada têm causado sérios impactos na região, como a retirada de areia e o descarte irregular de resíduos, o que compromete a saúde desses ambientes.

A necessidade de proteção integral da restinga em Maricá é um ponto amplamente defendido por ambientalistas e pesquisadores. A criação de unidades de conservação mais restritivas, como parques estaduais ou nacionais, é vista como uma solução para garantir a preservação dessa área tão vulnerável. Iniciativas como a instalação de sistemas de monitoramento e educação ambiental são essenciais para promover a conscientização sobre a importância de proteger a restinga e garantir o futuro desse ecossistema único.

A APA de Maricá já é reconhecida por sua relevância socioambiental, mas ainda carece de uma gestão eficaz. Ambientalistas e representantes da sociedade civil têm reivindicado a criação de parques que possam ampliar as áreas de proteção integral, garantindo que o desenvolvimento sustentável seja conciliado com a preservação dos ecossistemas da restinga.

A restauração de áreas degradadas, a promoção de pesquisas científicas e a fiscalização contínua são passos fundamentais para garantir que as restingas de Maricá permaneçam como áreas protegidas e conservadas, preservando sua rica biodiversidade para as futuras gerações.

Fontes:
https://www.ecycle.com.br/restinga/ https://oeco.org.br/reportagens/por-mais-protecao-ambientalistas-defendem-criacao-de-parque-na-apa-de-marica/




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