Integração
Planos de contingência reduzem danos dos eventos climáticos extremos e podem evitar contaminação hídrica
Em Maricá, a prefeitura municipal produz anualmente um plano de contingenciamento para a redução dos danos causados por eventos extremos
O município de Maricá foi impactado, no início do mês de abril, pela interrupção da operação de captação de água do Sistema Imunana-Laranjal, localizada na bacia do rio Guapi-Macacu. O motivo da paralisação do abastecimento foi creditado à presença de tolueno (substância tóxica utilizada na fabricação de gasolina) na água e durou cerca de três dias. No momento, a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público Estadual estão investigando o caso.
Além da possibilidade de acidentes que possam contaminar os corpos hídricos, outro risco a ser considerado no planejamento da gestão hídrica são as mudanças climáticas. Os eventos climáticos extremos podem interferir na dinâmica do ciclo hidrológico e acarretar longos períodos de seca ou inundações, além da elevação do nível do mar, causando prejuízos patrimoniais e risco à integridade física e aos ecossistemas, principalmente em regiões litorâneas, como Maricá.
Planos de contingência
Como forma de reduzir os danos à população em eventos extremos, a Prefeitura de Maricá entrega anualmente, desde 2020, o Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil, que orienta os trabalhos das equipes em situações como deslizamentos e inundações provocadas pelas chuvas.
O eixo dos riscos do plano é produzido por uma equipe multidisciplinar composta por geólogos, analistas geotécnicos e hidrólogos, com aprovação final do coordenador técnico da Defesa Civil Municipal. Durante a elaboração do plano são entregues mapas em que são indicados os locais mais problemáticos do município para eventos extremos, um balanço numérico desses pontos e uma carta de suscetibilidade de inundação e movimento gravitacional de massa para classificar os riscos e áreas prioritárias.
O coordenador do Subcomitê Maricá-Guarapina e representante da Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Maricá – SEPDEC no Comitê, João Flávio Werneck, fala sobre a importância da utilização da carta de suscetibilidade no trabalho da Defesa Civil. “Utilizamos a carta de suscetibilidade no nosso município como forma de identificar áreas prioritárias para o nosso trabalho.”
Além dos dados técnicos, no plano são descritas as responsabilidades dos órgãos competentes em momentos de desastres naturais e o planejamento dos pontos de apoio, áreas de evacuação, rotas de fuga, pontos de apoio e abrigos.
Além da ação da Prefeitura, dentro dos investimentos do CBH Baía de Guanabara para o ano de 2024 está previsto o aporte de cerca de R$ 3,1 milhões para a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Risco para regiões vulneráveis a eventos extremos e mudanças climáticas na Região Hidrográfica V e Plano de Drenagem Urbana e Mitigação dos impactos causados por lixões e aterros. O Plano irá considerar, além dos eventos extremos, situações de acidentes nos corpos hídricos, como a poluição por substâncias contaminantes.
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