Integração
A história de resistência da Colônia Z13
Localizada no Posto 6, em Copacabana, ela é uma das mais antigas do Brasil e resiste em meio à evolução vivenciada pela cidade
Prática milenar que ao longo do tempo foi se adaptando, a pesca é um ofício que resiste em meio a mudanças comportamentais, expansão da tecnologia e poluição das águas.
Exemplo dessa resistência, é a Colônia Z13, uma das mais antigas do Brasil, localizada no Posto 6 da Praia de Copacabana. Esse ano, a Colônia completará 100 anos de registro e, atualmente, conta com cerca de 500 pescadores cadastrados, que, de domingo a domingo, se dedicam ao seu ofício e a, literalmente, vender seu peixe.
Mesmo com um século de oficialização da Colônia, a história desses pescadores se fazia presente bem antes do registro, contrastando-se com os principais fatos da história do Rio de Janeiro.
No início do século XX, entre os anos 1908 e 1914, como forma de diminuir a vulnerabilidade a um possível ataque contra a então capital do Brasil, foi construído o Forte de Copacabana. Os pescadores tiveram papel fundamental para isso, pois foram eles a principal mão de obra empregada na construção.
Outra curiosidade: os pescadores da Colônia Z13 foram os primeiros salva-vidas do Hotel Copacabana Palace, inaugurado em 1923.
A partir de então, os pescadores passaram a se organizar e lutar por espaço em meio à evolução da cidade, como afirma o presidente da Colônia Z13, Manuel Rebouças.
“A principal luta é para nos mantermos no lugar de origem. Ao longo dos anos, Copacabana se tornou uma megaestrutura de urbanismo, mas os pescadores já ocupavam o Posto 6 bem antes das mudanças aqui registradas.”
Desafios atuais
Com a Constituição de 1988, os pescadores passaram a ter direitos trabalhistas como aposentadoria e benefícios pagos em caso de acidentes de trabalho. E seguem em luta por outros direitos, como à insalubridade para quem como eles trabalha no mar, além da oportunidade de continuar os estudos, já que muitas vezes o pescador trabalha desde muito novo para garantir o sustento da família.
Ainda assim, o presidente da Colônia, que mora no Rio de Janeiro há 30 anos, segue esperançoso de que as próximas gerações se interessem pelo ofício e a profissão não desapareça. “A expectativa que temos é de que nossos filhos e netos deem continuidade à atividade”, ressalta Manuel.
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