Integração
Saneamento básico é a solução para a Lagoa Rodrigo de Freitas
Esgoto sem tratamento e lixo ainda desafiam preservação do manancial
Conhecida como o “Coração do Rio”, devido ao seu formato, a Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul da capital, é tradicional palco de competições aquáticas e diversas atividades de lazer. Situada entre as montanhas e o mar, é um dos mais conhecidos cartões postais do Rio de Janeiro e atrai tanto turistas quanto os próprios cariocas.
Apesar de sua beleza e importância para o lazer da cidade, a lagoa ainda é alvo de ameaças constantes, que desafiam o Subcomitê Lagoa Rodrigo de Freitas. Situada em área densamente urbanizada, recebe por meio das galerias de águas pluviais lançamentos irregulares de esgoto que chegam às águas da lagoa.
Os lançamentos de despejo irregular de esgoto in natura, por exemplo, não diferenciam classe social – parte tanto de ocupações irregulares quanto de comunidades e imóveis residenciais e comerciais de classe média. Para se ter uma ideia, em fevereiro deste ano, um hospital da região foi diversas vezes notificado judicialmente por despejar esgoto hospitalar na Lagoa Rodrigo de Freitas
A denúncia partiu da Águas do Rio, concessionária que responde, desde 2021, pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário em 27 municípios do estado do Rio de Janeiro, incluindo 124 bairros da capital, atendendo 10 milhões de pessoas.
A expectativa é que a Águas do Rio invista aproximadamente R$ 39 bilhões em saneamento básico, com o ousado objetivo de alcançar a universalização dos serviços de água e esgoto nos próximos 12 anos, em alinhamento ao novo Marco Regulatório de Saneamento.
Não se pode esquecer, no entanto, que a Lagoa Rodrigo de Freitas é um patrimônio de toda a sociedade e, desse modo, o trabalho de recuperação e manutenção de suas águas e entorno é de responsabilidade de todos os que dela se beneficiam. O Subcomitê Lagoa Rodrigo de Freitas, ao mesmo tempo em que monitora de perto a qualidade das águas, promove diversos projetos e programas de conscientização social que visam à preservação do manancial.
A coordenadora do Subcomitê, Vera Chevalier, observa que o déficit de saneamento ainda é um problema, mas ressalva que a situação já melhorou muito. “É necessário que as concessionárias planejem, com as contribuições do Subcomitê, planejem e promovam ações nesse sentido. O saneamento básico é uma solução, e a sociedade civil está atenta e disposta a cobrar”, afirma.
Sobre a Lagoa Rodrigo de Freitas
Com 2,4 milhões de metros quadrados de superfície, a Lagoa Rodrigo de Freitas abriga em suas margens caranguejos, capivaras e pássaros como garças, savacus e coelheiros.
|