Vista da cidade. Foto: César Fernandes/Prefeitura de Rio Bonito
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História e desenvolvimento de Rio Bonito

Origem e evolução do município de Rio Bonito, desde seu povoamento até os dias atuais

Apesar de ser uma típica cidade do interior, Rio Bonito pertence à Região Metropolitana do Rio de Janeiro, localizando-se a 80 km da capital do estado. Faz divisa com os municípios de Tanguá, Itaboraí, Saquarema, Araruama e Cachoeiras de Macacu. Com relevo bem acidentado, o município apresenta numerosas e elevadas serras, que ocupam 60% de seu território. Por isso, os índices de chuva registrados no município são os maiores do Estado, com uma média de 2.000 mm ao ano. A cidade tem clima tropical úmido, com temperaturas máximas de 38ºC no verão e mínimas que chegam a 8ºC no inverno.

A história de Rio Bonito está intrinsecamente ligada ao período colonial brasileiro. Conta-se que o nome “Rio Bonito” foi atribuído pelos “Sete Capitães”, que, em viagem rumo a Macaé, ficaram maravilhados com um riacho que cruzava a região. Embora o nome tenha surgido de forma lendária, o povoamento documentado de Rio Bonito remonta à segunda metade do século XVIII.

Engenho do Rio do Ouro e início do povoamento

Conta a história que o “batismo” da localidade com o nome de Rio Bonito se deveu ao fato de os primeiros habitantes da região, o povo indígena dos Tamoios, terem ficado impressionados com um belo riacho que atravessava a região.

Em 1755, o sargento-mor Gregório Pereira Pinto, também conhecido como Gregório Pinto da Fonseca, estabeleceu uma fazenda, posteriormente chamada de “Bernarda”, na região. Nessa mesma época, ele mandou construir uma capela em homenagem à Madre de Deus, o que acabou por atrair novos moradores ao entorno do templo. Com o aumento da população, o pequeno povoado foi elevado à condição de freguesia em 1768, sob o nome de Nossa Senhora da Conceição do Rio d’Ouro.

Com o passar do tempo, a sede da freguesia foi transferida para outro local, tornando-se conhecida como Nossa Senhora da Conceição do Rio Bonito. Apesar das dificuldades enfrentadas pela região, o progresso econômico se consolidou. Inicialmente, a freguesia participou do ciclo da cana-de-açúcar, que foi gradualmente substituída pela cultura do café, que se tornou a principal fonte de riqueza local.

Criação do município e ciclo de expansão

Em decorrência do desenvolvimento da freguesia, o governo decidiu, em 1846, pela criação do município de Nossa Senhora da Conceição do Rio Bonito, por meio da Lei Provincial nº 381, de 7 de maio. A instalação ocorreu no dia 1º de outubro de 1846, com a emancipação de terras anteriormente pertencentes a Saquarema e Capivari (atual Silva Jardim). A Vila de Nossa Senhora da Conceição de Rio Bonito, como era conhecido o município, fascinava a nobreza, hospedando marqueses, viscondes, condes e barões. O imperador D. Pedro II, encantado com a região, presenteou a cidade com um chafariz localizado na praça principal.

A autonomia administrativa, somada à escolha de Rio Bonito como terminal de um ramal da Companhia Ferro-Carril Niteroiense, transformou a localidade em um importante entreposto de produção de mercadorias e comércio para a região. O progresso constante motivou a elevação da vila à categoria de cidade em 1890. A topografia de Rio Bonito, marcada por áreas acidentadas, levou à ocupação inicial das planícies situadas entre a BR-101 e a Serra do Sambê. As áreas mais urbanizadas e densamente povoadas se estenderam ao longo do Rio Bonito e da Estrada de Ferro Leopoldina, com o crescimento se expandindo também para as encostas da região noroeste da cidade.

Após a abolição da escravatura, muitas fazendas de café e engenhos foram praticamente abandonados – além disso, o município perdeu a estação terminal da linha de trem. Rio Bonito tentou outros caminhos para sair da crise. A produção de lenha, de carvão vegetal, de bananas nas encostas de morros, de alguma aguardente e de produtos alimentícios manteve na cidade uma população rural expressiva, evitando o êxodo e o abandono do campo, ao contrário do que ocorreu com a maioria das cidades do interior neste século.

A partir da década de 1950, o novo ciclo da laranja na região contribuiu para o desenvolvimento da economia municipal. Além disso, o desenvolvimento da pecuária e da indústria de alimentos e doces fez com que grandes indústrias se instalassem em seu território.

Recursos hídricos

Rio Bonito passou por diversas reconfigurações territoriais ao longo do século XIX, culminando na criação do distrito de Boa Esperança, em 1857, e na divisão de 1971, que formou os atuais distritos de Rio Bonito, Basílio e Boa Esperança. A cidade é atravessada por uma extensa rede hidrográfica, com destaque para o Rio Bonito, que nasce no local chamado “Meio Mundo” e deságua no Rio Casseribu, este último se unindo ao Rio Macacu em Braçanã. Outros rios de importância são o Casseribu Pequeno, Tanguá e Zacarias, além de cachoeiras como a do Rio Seco e a Queda da Buia, que são marcos naturais da região.

O município tem 256 km² de seu território na Bacia Hidrográfica do Rio São João, que corresponde a 55,8% de sua área total. A outra parcela está na Bacia da Baía de Guanabara e, uma porção diminuta, na Bacia da Lagoa de Araruama. Um dos principais recursos minerais da cidade é a água mineral, com destaque para a localidade de Rio Vermelho.

O município se enquadra no bioma Mata Atlântica, com extensas áreas desnudas de vegetação primária – floresta tropical pluvial –, solos pobres decorrentes de processos sucessivos de uso para a agricultura extrativa de cana-de-açúcar, café, mineração, gado e, mais recentemente, agricultura de subsistência.

Atualmente, não há grandes extensões contínuas de florestas na região, mas fragmentos de variados tamanhos, isolados ou semi-isolados, cercados por pastagens e alguns cultivos. Resquícios de mata nesta região podem ser observados apenas nas cabeceiras do Rio Boa Esperança e em algumas colinas no vale do Rio Vermelho.

Rio Bonito ostenta com orgulho a Serra do Sambê – seu monumento natural mais importante –, uma ilha de mata nativa que, juntamente com as Serras do Barbosão e Santa Fé, formam o corredor ecológico Sambê - Santa Fé.

Turismo

Rio Bonito possui pontos turísticos como cachoeiras, rios e saltos, espalhados pela cidade, entre eles, o salto de Braçanã, a Cachoeira de Rio Seco, a dos Bagres, a Cachoeira Grande e a Queda da Buia.

O Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de caráter recreativo e não competitivo, realizadas em qualquer espaço: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não.

O Turismo Rural é outra modalidade que proporciona aos visitantes um contato mais direto e genuíno com a natureza, a agricultura e as tradições do município, por meio de passeios em ambiente rural e familiar.

Patrimônio histórico e desenvolvimento contínuo

Com uma história rica e marcada por importantes transformações econômicas e territoriais, Rio Bonito se consolidou como um município de grande relevância no estado do Rio de Janeiro. Desde seu povoamento no século XVIII até a formação atual, a cidade mantém viva sua herança cultural e natural, preservando suas tradições e aproveitando as oportunidades de desenvolvimento sustentável que se apresentam.

Fontes:

https://comitebaiadeguanabara.org.br/wp-content/uploads/2022/09/Atlas_CBH-BG.pdf
https://riobonito.rj.gov.br/sobreriobonito/
https://casafluminense.org.br/wp-content/uploads/2017/08/Agenda21RioBonito.pdf



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