Rio Aldeia, em Itaboraí. Foto: Rodrigo Valente
Nossos Rios

Os rios de Itaboraí

Cidade é contemplada por três bacias fundamentais para o abastecimento de água na região

Para conhecer um pouco dos rios que cortam a região leste da Baía de Guanabara, nesta edição a editoria “Nossos Rios” vai trazer as especificidades das três bacias do município de Itaboraí, que são compostas pelo Caceribu, Guapimirim-Macacu e Guaxindiba-Alcântara. Todas elas têm características próprias, mas são fundamentais para o abastecimento de água da população da cidade e são alocadas para diversos usos.

Itaboraí está localizada na parte baixa destas três bacias e está sujeita, de forma direta e indireta, a todos os efeitos decorrentes dos usos nas partes mais elevadas. As características geomorfológicas do município, como a presença de várzeas, brejos e mangue, evidencia o papel do município como armazenador de água.

Bacia do Rio Caceribu

Ocupando 84,8% do território, a bacia do Caceribu nasce nos municípios de Rio Bonito e Tanguá e atravessa a cidade de Itaboraí em sua maior parte. Este rio tem diversos usos. Em áreas rurais, é importante para as atividades de agropecuária e abastecimento de pequenas comunidades. Já na área urbana, garante o abastecimento de grande parte da cidade. A bacia é caracterizada pela baixa potência hídrica e alta propensão a inundações. Os riscos relacionados à ocorrência de inundações no município concentram-se mais nas planícies de inundação, devido aos efeitos de mau uso dos solos, tanto nas áreas rurais quanto urbanas.

Outro dilema é o uso da bacia para atividades industriais, como a produção de cerâmicas e tijolos. A exploração e o processamento de argila nas duas atividades citadas são responsáveis pela degradação dos solos e pelo assoreamento dos rios, além da poluição das águas.

Bacias Guapimirim-Macacu

Já a bacia dos rios Guapimirim-Macacu tem 11,2% de presença dentro de Itaboraí. A bacia é limitada ao norte e noroeste pela Serra dos Órgãos, ao nordeste pela Serra de Macaé de Cima, ao leste pelas serras da Botija e Monte Azul e ao sul pelas serras do Sambê e dos Garcias. Além disso, também passa pelos municípios de Guapimirim e Cachoeiras de Macacu. O rio Macacu é o maior dessa bacia e nasce na Serra dos Órgãos, no parque estadual de Três Picos, em uma altitude de 1.700 metros no município de Cachoeiras de Macacu e percorre 74 km até descarregar suas águas no rio Guapimirim.

Uma de suas caraterísticas é a maior potência hídrica, pela captação na Serra do Mar.

Bacias Guaxindiba-Alcântara

Com ocupação de 4,1% do território, a menor bacia que percorre a cidade tem origem em áreas mais adensadas no município de São Gonçalo e também cobre uma parte da cidade de Niterói. O rio Guaxindiba se origina no bairro de Anaia, em São Gonçalo, em elevação de 80 metros, percorrendo os bairros de Sacramento, Barracão e Marambaia, numa rota de 29 km. Antes de atingir a Baía de Guanabara, o rio passa pela APA Guapimirim.

Um desafio enfrentado pela bacia é a grande densidade populacional dos municípios que utilizam dela, o que torna comum a falta de saneamento, sistema adequado de abastecimento de águas e gerenciamento de resíduos sólidos. Além disso, a atuação de indústrias altamente poluidoras, como laboratórios farmacêuticos e químicos, também contribui para a poluição da bacia.

Fontes:
Relatório Técnico: Limpeza de Corpos Hídricos – Prefeitura de Itaboraí
Os Rios da Baía de Guanabara – Universidade de Maryland




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