Créditos: Diego Miranda
Conheça a Baía

Conheça Tanguá, a Terra da Laranja

O município da Bacia do Caceribu é privilegiado por ser cortado por três mananciais

A editoria “Conheça a Bacia” destaca nesta edição a cidade de Tanguá, localizada a quase 70 km da capital fluminense, que está inserida na Bacia do Caceribu, compondo a Região Hidrográfica V da Baía de Guanabara. Com área total de 143 Km² e limítrofe a Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, Maricá, Rio Bonito e Saquarema, a região é abundante em recursos naturais.

Seu maior patrimônio ambiental é a Serra do Barbosão, que, junto com as serras do Sambê e de Santa Fé, apresenta trechos bem preservados de floresta da Mata Atlântica, constituindo um verdadeiro santuário ecológico, caracterizado pela rica presença de espécies da fauna e da flora, que a torna um lugar excelente para prática de turismo ecológico, recreação e lazer.

A história de Tanguá remete à de Itaboraí, município do qual era distrito até 1997, quando alcançou sua emancipação com a edição da Lei Estadual nº 2.496. Habitada inicialmente pelos indígenas Tamoios, a região passou a pertencer à Capitania de São Vicente que, desmembrada, constituiu a Capitania do Rio de Janeiro.

Em 1612, foi fundada a Vila de Santo Antônio do Caceribu, mais tarde Santo Antônio de Sá. A região era, então, ocupada por fazendas, e, no dia 17 de março de 1878, foi inaugurada a Estação Ferroviária de Tanguá, com a chegada da primeira composição de trens, vinda da Estação de Porto das Caixas.

Conforme registros históricos, em 1920 foi iniciada a construção da Usina Tanguá de moagem de cana, e a estação passou a ter grande importância, já que dela saíam o açúcar e o álcool produzidos pela usina com destino a Niterói e ao Rio de Janeiro, onde eram comercializados.

Já no ano de 1969, a Embratel inaugurou em Tanguá a primeira Estação Terrena de Comunicações por Satélites do Brasil. Nos anos 1970, a construção da Ponte Rio-Niterói absorveu muitos antigos trabalhadores rurais de Tanguá e utilizou areia do município em suas obras. Nessa mesma época, iniciou-se o processo de loteamento das fazendas da região, que futuramente dariam origem aos atuais bairros do município. O antigo prédio da Usina Tanguá foi ocupado pela Cibran, grande empresa de produção de antibióticos que, em seu auge, chegou a empregar 900 pessoas. Naquela mesma década também foi descoberta em Tanguá uma das maiores reservas de fluorita do Brasil, atualmente em declínio.

Cidade dos recursos hídricos

Tanguá é privilegiada por ser cortada por três mananciais que, além de abastecerem a parte urbana, propiciam prosperidade à economia local. Passam pela cidade os rios Ipitangas, Duques e Tanguá, que desaguam no Rio Caceribu, ainda dentro do território.

O Caceribu é um dos principais contribuintes para a Baía de Guanabara. Com quase 60 km de extensão, é a segunda maior área de drenagem (846 km²) e corresponde a 20,7% de toda a região hidrográfica).

Toda essa potencialidade hídrica também traz desafios, como a convivência com as cheias e a necessidade da conscientização da população em torno da preservação e conservação das águas.

A Cachoeira Tomascar é conhecida pela sua beleza. Foto: Luiza Bragança

A localidade de Tomascar é outro atrativo que encanta a todos pela sua linda paisagem natural. São destaques a Cachoeira de Tomascar, com sua pequena queda d’água, formada pelo Rio Tanguá, que também faz o limite entre as cidades de Tanguá e Rio Bonito.

Terra da laranja

Plantação de laranja em Tanguá. Foto: Luiza Bragança

O fato de Tanguá ter abundância hídrica favorece a produção de frutas – por sinal, o cultivo de laranjas é uma marca da cidade. Há mais de 20 anos, a Lei Municipal nº 352/2002 institucionalizou e tornou um patrimônio cultural da cidade a Festa da Laranja, que celebra a colheita do fruto.

Este evento anual reforça o título da cidade como a "Capital Estadual da Laranja" (Lei nº 9.608/2022) e desempenha papel crucial na economia local, impulsionando o turismo e proporcionando oportunidades para os produtores locais. Além disso, a festa cria um forte sentimento de pertencimento na comunidade, unindo os moradores em torno de sua identidade cultural e histórica, celebrando a fruta que é parte essencial da história e do crescimento da cidade.

Por que Tanguá?

A origem do nome “tanguá” encontra-se na língua Tupi – “tan” significa “formiga” e “gua” quer dizer “comer”. Assim, traduzida literalmente, “tangua” quer dizer comer formiga ou “papa-formiga”.

*Texto com informações da Agenda 21 de Tanguá e Prefeitura de Tanguá.




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