Nossos Rios

Roncador, o rio que corta Magé

O Rio Roncador é um dos mananciais de maior volume que banha o território do município de Magé e compõe a Região Hidrográfica Baía de Guanabara. Com aproximadamente 25 km de extensão, o corpo d’água também leva o nome de Santo Aleixo no terço superior do leito, onde possui grande área com cobertura vegetal ainda preservada e boa qualidade hídrica.

A Bacia Hidrográfica do Rio Roncador possui uma área aproximada de 111 km², correspondendo a aproximadamente 3% do total da área continental de contribuição à Baia de Guanabara. A vazão mínima em sua foz é de 1,20 m³/s. Com cerca de 95% de sua área localizada no município de Magé, tem como sua nascente principal o córrego do Sossego. Sua altitude máxima, localizada na Serra dos Órgãos, atinge 2.200 metros. Além do córrego do Sossego, seu principal afluente, o Roncador recebe águas do rio do Pico e do córrego Sertão. O Rio do Pico tem seu volume de água aumentado ao se unir com o Rio Pedras Negras. Posteriormente, se une ao Santo Aleixo em seu médio curso, ao lado da Gruta de Nossa Senhora de Lurdes, formando o Rio Roncador.

Sua área hidrográfica é limitada ao norte pela Serra dos Órgãos e seus confrontantes, a leste, pelo divisor da bacia do rio Guapimirim, e, a sudoeste, pelo divisor do rio Suruí. O relevo da bacia do Rio Roncador acompanha a caracterização do município de Magé em três áreas bastante distintas. A primeira é a área da Serra do Mar, ao norte do município, com grandes massas rochosas. A cobertura vegetal é de matas primárias e secundárias densas e em alguns trechos de patamares aparecem manchas de pastagens, enquanto, em outros trechos de menor declive, nos grotões, plantações de bananeiras.

A segunda área, plana e semiplana, situada na parte mais central do município, desenvolve-se no sentido oeste-leste e é caracterizada por colinas meia laranja (morros de Piemonte), iniciando-se na base da serra e terminando na baixada. Nesta área encontram-se os melhores solos para a agropecuária. A cobertura vegetal é variável, predominando nos morros mais altos matas secundárias, capoeiras e capoeirões; nas colinas, vegetação arbustiva, gramíneas e árvores isoladas, formando pequenos conjuntos.

A terceira área, de baixada, é parte sujeita a inundações periódicas e parte permanentemente inundada. Predomina a vegetação de brejos e manguezais. Os solos da baixada são muito encharcados, refletindo o excesso de umidade e tendo uma composição extremamente salina na parte influenciada pelas marés. Nas últimas décadas, o Rio Roncador vem sofrendo ações de degradação que afetam a sua integridade ecológica, acarretando sérios problemas hídricos. O fato de estar situado em uma região metropolitana densamente povoada, com baixos níveis de tratamento de efluentes, acelera a degradação ambiental. Em 2019, por exemplo, o ICMBio encaminhou uma denúncia ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) afirmando que a exploração ilegal de areia pode ter originado a poluição de cor branca que atingiu grande extensão do rio.

É importante frisar, que o conhecimento pleno das características da bacia possibilita a proposição de ações adequadas e necessárias a uma gestão efetiva e participativa do território. Em uma iniciativa do Governo do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade e do Inea, o município foi beneficiado pelo Programa "Limpa Rio". A ação promoveu a limpeza e o desassoreamento de trecho de 2,5 km do Rio Roncador e retirou cerca de 40 mil metros cúbicos de sedimentos.

Fontes: TCC da autora Regilaine da Silva Freitas Rosa. Informações da Prefeitura de Magé - Maria Aparecida de Sousa Resende, Diretora de Meio Ambiente; e Aline Ferreira da Silva, Geógrafa da Defesa Civil




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