Foto: Sarah Belo/Prefácio Comunicação
Visita técnica

GT Chorume visita Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho e destaca desafios ambientais

Grupo reforça a necessidade urgente de melhorias na gestão dos resíduos sólidos


Durante uma visita técnica ao Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, o GT Chorume, grupo de trabalho do CBH Baía de Guanabara, analisou as condições e práticas de gerenciamento do local, que ainda enfrenta desafios significativos em termos de controle de chorume e impacto ambiental. Realizada em maio, a visita fez parte de uma série de inspeções planejadas pelo grupo e teve como objetivo avaliar as condições atuais e propor soluções para os problemas identificados.


Grupo avaliou condições e práticas de gerenciamento do local. Foto: Sarah Belo/Prefácio Comunicação

Estiveram presentes representantes e diretores da Associação Homens e Mulheres do Mar da Baía de Guanabara (AHOMAR), Sindicato dos Pescadores Profissionais e Pescadores Artesanais do RJ (SINDPESCA-RJ), Instituto de Desenvolvimento Socioambiental e Humano Sustentável (ONGBR), Associação de Caranguejeiros e Amigos dos Mangues de Magé (ACAMM), Associação de Trabalhadores da Pesca de Magé e Guapimirim (ATPMG), Cooperativa Mista dos Produtores Rurais de Guapimirim e Regiões (COOPERGUAPI), Associação das Mulheres da Pesca no Litoral do Rio de Janeiro (AMUPESCAR), Associação Livre dos Pescadores de Guia de Pacobaíba (ALPAGP) e Associação Liga das Entidades de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (LIPESCA).

O aterro, que recebe uma grande quantidade de resíduos de diversas localidades, tem sido alvo de críticas devido ao seu histórico de problemas ambientais e de saúde pública. Durante a inspeção, os membros do GT Chorume notaram que a gestão do chorume, um dos principais problemas associados a aterros, continua a ser uma preocupação fundamental. Líquido gerado pela decomposição dos resíduos, o chorume pode contaminar solo e água se não for adequadamente tratado e gerenciado.

“Viemos para tirar algumas dúvidas, pois nas praias e na nossa região de pesca a gente ouve falar que ainda vaza chorume não tratado na Baía de Guanabara. Fizemos esse primeiro encontro com a empresa para esclarecer a questão e temos a perspectiva de um bom trabalho, mas queremos realizar novas visitas”, afirma o presidente da AHOMAR, Alexandre Anderson.

A equipe do GT Chorume encontrou evidências de que o sistema atual de controle no aterro precisa de melhorias significativas. Em várias áreas, observou-se acúmulo de líquido não adequadamente tratado, o que pode resultar em contaminação dos recursos hídricos locais. Além disso, o grupo ressaltou a necessidade de maior transparência nas operações do aterro e de um plano de ação mais robusto para mitigar os impactos ambientais.

Outro ponto destacado pela visita foi a importância da implementação de tecnologias mais eficientes e práticas de gestão que minimizem a geração de chorume e promovam a reciclagem e o tratamento adequado dos resíduos. O GT Chorume enfatizou que, além de melhorias na infraestrutura, é essencial investir em estratégias de educação e conscientização para a população e para os operadores do aterro.

O grupo também chamou a atenção para a necessidade de maior colaboração entre as autoridades locais, as empresas responsáveis pelo gerenciamento dos resíduos e as comunidades afetadas. A integração desses esforços é vista como fundamental para alcançar uma gestão mais sustentável e eficaz dos resíduos sólidos. Em resposta às observações feitas durante a visita, o GT Chorume pretende elaborar um relatório detalhado com recomendações específicas para melhorar as práticas de manejo de resíduos no Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho. A expectativa é que essas recomendações sejam consideradas pelas autoridades responsáveis e implementadas, para garantir a proteção ambiental e a saúde pública.

Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho

O Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho (AMJG) foi criado em 1976 com o objetivo de receber os resíduos sólidos dos municípios de Rio de Janeiro, Nilópolis, São João de Meriti e Nova Iguaçu, após convênio firmado entre as prefeituras dos respectivos municípios, a Fundação para o Desenvolvimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (FUNDREM), a Companhia de Limpeza Urbana do Município do Rio de Janeiro (COMLURB) e o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

O aterro é conhecido por uma série de erros estruturais, que, a longo prazo, comprometeram os recursos ambientais da região, como a ocupação em área de manguezal, que causou impactos negativos no ecossistema da Baía de Guanabara, e o despejo de toneladas de lixo e chorume nos corpos hídricos.

Mesmo com a desativação em 2012 e a operação por parte da iniciativa privada, são diversos os desafios para a redução dos danos ambientais na região, após quase 40 anos de despejo irregular.




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