Lagoa da Barra, em Maricá. Foto: Luiza Bragança/Prefácio Comunicação
Investimentos

Mudanças climáticas: CBH Baía de Guanabara tem ações que consideram eventos adversos

Chuvas intensas em períodos que, tradicionalmente, apresentam baixos índices pluviométricos


Chuvas intensas e em períodos que, tradicionalmente, apresentam baixos índices pluviométricos. Enchentes nunca vistas antes – a exemplo do ocorrido no Rio Grande do Sul, em abril e maio. Em outros locais, agravamento da seca.

Organizações de todo o mundo estão atentas aos efeitos das mudanças climáticas, especialmente no que tange à disponibilidade hídrica. E o Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá (CBH Baía de Guanabara) também está mobilizado para lidar com o problema. “É importante que o poder público e os Comitês de Bacia Hidrográfica (CBHs), em conjunto com as empresas e a sociedade civil, invistam e elaborem projetos visando à preservação dos recursos hídricos, de acordo com a nossa nova realidade climática. As ações devem estar voltadas para a preservação ambiental, estrutura verde e geração de dados sobre a situação da água nas diversas regiões”, pontua o diretor-administrativo do CBH Baía de Guanabara, João Flávio Werneck.

Estudos apresentam dados

Em publicação recente, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que “as mudanças climáticas são, principalmente, uma crise hídrica.” A entidade aponta que, em meados da década de 2010, 1,9 bilhão de pessoas viviam em áreas com potencial de grave escassez de água e que este número pode chegar a 3,2 milhões até 2050. O aumento é atribuído à aceleração das mudanças climáticas e ao crescimento populacional.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) também aponta as mudanças climáticas e os fenômenos meteorológicos extremos como fatores que contribuem para a redução das quantidades disponíveis de água potável. De acordo com um relatório da entidade, quase uma em cada quatro crianças em todo o mundo viverá em áreas com estresse hídrico extremamente alto até 2040.

Já a pesquisa “Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil”, realizada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (Ana), afirma: a expectativa é de redução de 40% de disponibilidade de água em todo o Brasil até 2040, principalmente no Sudeste e em áreas mais populosas, a exemplo da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara.

Investimentos de R$ 51 milhões

O CBH Baía de Guanabara vai destinar cerca de R$ 51 milhões para a realização de projetos na região, visando mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Destacam-se ações de plano de gerenciamento de riscos, plano de manejo de Unidades de Conservação (UCs), monitoramento da qualidade da água, drenagem urbana, enquadramento dos corpos hídricos e Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

Entre os investimentos previstos pelo CBH Baía de Guanabara no território, estão:

  • Programa de monitoramento da qualidade das águas – R$ 12,3 milhões;
  • Plano de Manejo das Unidades de Conservação da RH-V – R$ 3,4 milhões;
  • Contratação de empresa especializada para elaboração de Plano de Gerenciamento de Riscos da Região Hidrográfica V – R$ 3,1 milhões;
  • Projeto de renovação do sistema de comporta da Rua General Garzon na Lagoa Rodrigo de Freitas – R$ 6 milhões;
  • Definição de trechos prioritários para enquadramento – R$ 1,5 milhão;
  • Pagamento por Serviços Ambientais para bacia do rio Guapi-Macacu – R$ 1,8 milhão;
  • Plano de comunicação – R$ 430 mil;
  • Projeto de saneamento em áreas não contempladas nos contratos de concessão da Região Hidrográfica – R$ 14,8 milhões;
  • Auxílio à pesquisa e extensão na RH-V – R$ 2,8 milhões;
  • Projetos de Educação Ambiental – R$ 1,7 milhão;
  • Projetos de restauração ambiental – R$ 3,5 milhões;
  • Total: R$ 51.350.000,00.

Um exemplo da eficácia dos investimentos é o projeto de monitoramento quali-quantitativo da RH-V. O projeto gera dados mensais sobre a qualidade das águas em 93 pontos da bacia hidrográfica e prevê risco de contaminação em determinados pontos. João Flávio lembra a importância do monitoramento na identificação da poluição da bacia do rio Guapi-Macacu, ocorrida em abril. “Um exemplo da eficácia do projeto é o fato de ter identificado a contaminação por tolueno na bacia do rio Guapi-Macacu, que resultou na paralisação do abastecimento de água no Sistema Imunana-Laranjal, no último dia 3 de abril.”




www.comitebaiadeguanabara.org.br