CBH Baía de Guanabara investe em estudos de ampliação de Unidades de Conservação

Iniciativa contempla unidades de conservação abrangidas pelos subcomitês Oeste e Jacarepaguá

Nos últimos tempos, o Comitê da Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara está investindo recursos para projetos de infraestrutura verde na Região Hidrográfica V.

Em Jacarepaguá, o Comitê aprovou a destinação de recursos financeiros de até R$ 420.000,00 para a elaboração do Plano de Manejo do Mosaico das Vargens, que agrupa as Unidades de Conservação Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) dos Campos de Sernambetiba e APA do Sertão Carioca. O Plano visa regulamentar o manejo dos territórios e preservar os diferentes ecossistemas da Região das Vargens, relevante área de recarga do lençol freático da cidade. A previsão é que eles sejam executados em 2024.

Já na Região Oeste, o foco é a Reserva Biológica do Tinguá, marco de conservação da Baía de Guanabara. Em 2023, o CBH Baía de Guanabara, representado por sua presidente, Adriana Bocaiuva, e por Magno Neves, vice-presidente, recebeu o aceite do presidente Philipe Campello, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), para estudo de proposta de ampliação de unidades de conservação estaduais no entorno da REBIO do Tinguá.

O estudo propõe a criação de corredor verde entre a Reserva Biológica Tinguá e o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, para maior proteção desses remanescentes da Mata Atlântida na região oeste da Baía de Guanabara.

APA do Sertão Carioca e REVIS Campos de Sernambetiba

Criadas por meio de decreto, em 2022, pela Prefeitura do Rio de Janeiro, o Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Sernambetiba e a Área de Proteção Ambiental do Sertão Carioca são áreas importantes, que atuam como reguladores da dinâmica e qualidade hídrica regional, na manutenção do lençol freático e no controle de inundações em toda a região das Vargens.

A APA Sertão Carioca é a zona de amortecimento do REVIS dos Campos de Sernambetiba, que abrange a baixada das Vargens entre os limites do Parque Estadual da Pedra Branca e as margens da Lagoa de Jacarepaguá. Considerada de grande fragilidade ambiental, a área está localizada na região litorânea na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na região hidrográfica da Baixada de Jacarepaguá, circundada pelos maciços da Pedra Branca e da Tijuca.

Uma das principais atribuições dessas áreas de brejos é funcionar como reservatório natural, retendo os excessos hídricos das chuvas e dos cursos d´água que descem do Maciço da Pedra Branca.

REBIO do Tinguá

A REBIO Tinguá é a maior reserva biológica do estado do Rio de Janeiro e a terceira maior da região sudeste do Brasil. Com uma área de 26.260 hectares, encontra-se situada no limite entre a Serra do Mar e a Baixada Fluminense, abrangendo seis municípios: Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis, Miguel Pereira, Queimados e Japeri, e marca a divisória de águas das bacias da Baía da Guanabara, da Baía de Sepetiba e do Rio Paraíba do Sul.

A Reserva Biológica tem sua história diretamente ligada ao crescimento da Baixada Fluminense e da própria cidade do Rio de Janeiro. Foi criada em 1989, com o objetivo de proteger uma porção da Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro e outros recursos naturais como as bacias hidrográficas. A REBIO faz parte do Corredor de Biodiversidade da Serra do Mar e do Mosaico Central do Mata Atlântica Fluminense, juntamente com outras áreas de conservação próximas.

Atualmente, esta é uma das poucas áreas florestadas da Baixada Fluminense, o que torna a REBIO Tinguá primordial para a preservação da Mata Atlântica e para o abastecimento hídrico local. Algumas espécies de animais ameaçadas de extinção, como gato-maracajá, gavião-pomba, muriqui-do-sul, morcego vermelho, rãzinha e onça-parda, estão protegidas nesta Unidade de Conservação.

Fontes:
https://catalogo-ucs-brasil.jbrj.gov.br/descr_areas.php?area=RebioTingua
https://baiaviva.org.br/
https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-conservacao/unidades-de-biomas/mata-atlantica/lista-de-ucs/rebio-do-tingua