A Lagoa da Tijuca é uma das maiores do sistema lagunar de Jacarepaguá. Foto: Diego Miranda
18 anos do BG – SC Jacarepaguá e Lagoa Rodrigo de Freitas

Trabalho em prol do sistema lagunar de Jacarepaguá e da Lagoa Rodrigo de Freitas

O SC Jacarepaguá e SC Lagoa Rodrigo de Freitas tem características próprias de sistema lagunar, mas são impactadas por tudo que é despejado em sua bacia


Ambiente costeiro formado por uma planície litorânea na zona oeste da capital, o sistema lagunar de Jacarepaguá é composto por lagoas e lagunas e ocupa cerca de 6,27% da Região Hidrográfica V (RH-V). A lagoa de Jacarepaguá é a mais interiorizada do conjunto e possui área de 4,07 km². Já a Lagoa de Camorim é um canal de ligação entre as lagoas da Tijuca, a leste, e de Jacarepaguá, a oeste, com área de lagoa de 0,80 km². A lagoa da Tijuca, por sua vez, é a maior deste conjunto, com 4,34 km², e a menor é a Lagoinha (ou Taxas), com 0,70 km².

Pelo fato de as lagoas serem diretamente impactadas por tudo que é despejado em sua bacia, o sistema lagunar sempre foi alvo de iniciativas de proteção, afirma Vera Chevalier, membro do Subcomitê Jacarepaguá. “Assisti, desde a década de 90, algumas iniciativas de despoluição da Baía de Guanabara que foram um pouco controversas. Com a Lei das Águas, em 1997, ficou estabelecida a figura da bacia hidrográfica como unidade de gestão, tendo como instrumento os planos de bacia. Isso estimulou o surgimento de programas, projetos e propostas na região de Jacarepaguá”, afirma.

Vera é uma das fundadoras da instituição Ecomarapendi, ONG de educação ambiental existente há 33 anos na região de Jacarepaguá, e está no Subcomitê Jacarepaguá desde sua criação, em 2011.

Contribuição para o SC Lagoa Rodrigo de Freitas

Já a sub-região da Lagoa Rodrigo de Freitas é composta, além da bacia drenante da Lagoa Rodrigo de Freitas – ligada ao mar pelos canais do Jardim de Alah e da Visconde de Albuquerque, das bacias drenantes de São Conrado, Vidigal e Copacabana. Essa região ocupa 0,82% da área do Comitê.

Em 2001, ocorreu o evento “Abraço à Lagoa Rodrigo de Freitas” como forma de protestar contra a poluição hídrica no Rio de Janeiro. A partir desse fato, o governo estadual cria o Conselho Gestor das Águas da Lagoa Rodrigo de Freitas e das Praias da Zona Sul do Município do Rio (Decreto Estadual nº 26079, 03/23/2000) incorporando as praias da Zona Sul como continuidade da bacia hidrográfica da RH-V. O Conselho foi uma experiência de gestão participativa, que culminou na criação do CBH Baía de Guanabara quatro anos depois.

Vera também se integrou ao SC Lagoa Rodrigo de Freitas em 2015, representando a sociedade civil, e do qual é, atualmente, coordenadora. Em seu histórico no Comitê, Vera sempre teve participação ativa, como na gestão 2020-2022, em que ocupou a diretoria administrativa.

Conquistas e parcerias

Vera afirma que a experiência de participar do Comitê é enriquecedora, dadas as missões de orientar os caminhos para a preservação dos ecossistemas e contribuir para a unificação da gestão da Baía de Guanabara. “Em 2011, atendi a um chamado para integrar o subcomitê Jacarepaguá, com a inclusão de alguns sistemas lagunares no CBH Baía de Guanabara. É uma experiência que mantenho até hoje como um aprendizado altamente enriquecedor, por meio da Ecomarapendi, como forma de despertar e apontar caminhos para os ecossistemas costeiros da nossa cidade, além de que, com a inclusão dos sistemas lagunares, é possível unificar e compartilhar os mesmos processos de gestão com outras regiões da Baía de Guanabara.”

Dentro das iniciativas mais recentes do SC Jacarepaguá, Vera destaca a importância da construção de estratégias social e ambiental voltadas para as unidades de conservação e do Plano de Manejo. “Ressalto, sobretudo, a importância estratégica social e ambiental do estabelecimento das unidades de conservação, a exemplo da APA do Sertão Carioca e Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Sernambetiba, e da elaboração do Plano de Manejo do Mosaico das Vargens. Essas conquistas contaram com a participação de representantes do Comitê e da sociedade civil do subcomitê no seu Conselho Gestor.”

Já no que diz respeito à Lagoa Rodrigo de Freitas, Vera aponta o apoio do Comitê à readaptação das comportas. “Pelo SC Lagoa Rodrigo de Freitas, destaco a recente aprovação da parceria com a Prefeitura para financiamento destinado à atualização da comporta da Rua General Garzon na própria Lagoa. Atualmente o local é um gargalo na drenagem de grande parte de bairros de ligação com a zona sul da cidade.”




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