Aliança para Megacidades

Grupo de Trabalho revisa documento sobre aliança para Megacidades pela Água e Clima

No Brasil, apenas a megacidade do Rio de Janeiro aderiu ao projeto da ONU


Garantir segurança hídrica, de forma plena e irrestrita, talvez seja o maior desafio da humanidade nos dias atuais. A UNESCO estima que, até 2030, 60% da população mundial viverá em áreas urbanas e mais de um bilhão de pessoas deverá se concentrar em apenas 100 grandes cidades.

Em um contexto de mudanças climáticas, com a incidência cada vez maior de eventos extremos relacionados ao clima, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu, em 2015, o compromisso de reduzir a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera e criar mecanismos para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. No entanto, embora o Acordo de Paris, firmado na COP21, tenha sido aprovado pelos 195 países participantes daquela conferência, as metas ainda estão longe de serem cumpridas.

Uma das ações propostas à época para lidar com a ameaça global foi a criação de uma plataforma internacional para troca de informação sobre soluções locais para a gestão de água e clima nas megacidades. Desde então, diversas instituições têm colaborado para a construção da Aliança de Megacidades para Água e Clima ou Megacities for Water and Climate (MAWAC), em inglês.

No Brasil, apenas a megacidade do Rio de Janeiro aderiu à Aliança, a partir da articulação entre o Comitê de Bacia Hidrográfica da Baia da Guanabara, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) e as prefeituras do Rio e de Niterói, representando a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, composta por 22 municípios.

A diretora-presidente do CBH Baía de Guanabara, Adriana Bocaiuva, participa do Grupo de Trabalho que atualmente se dedica à construção do documento para a Aliança de Megacidades para Água e Clima, que irá definir a estrutura de governança para a aliança.

O modelo de aliança proposto, no qual a Região Metropolitana do Rio se insere, visa à criação de parcerias entre os CBHs e instituições técnicas, acadêmicas e financeiras para o fortalecimento da capacidade das megacidades em alcançar a segurança hídrica e implementar agendas globais relacionadas à água e ao clima.

A proposta é que essa iniciativa seja alcançada com apoio de um sistema de infraestrutura digital, por meio de intercâmbio de experiências sobre estratégias de resiliência de longo prazo, pesquisas e estudos de interesse comum, fortalecimento da governança da gestão de recursos hídricos, construção de base de conhecimento sobre temas relacionados a clima e água, além da definição de meios e mecanismos de financiamento dessas ações.

Aos Comitês de Bacias Hidrográficas cabe o desafio de incorporar a pauta sobre enfrentamento da crise climática a todos os instrumentos de gestão, eventos e programas de capacitação, além de firmar parcerias para a adaptação dos dados sobre clima no território.




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